José Alberto Oliveira
CONTRA A IMPIEDADE DAS GERAÇÕES MAIS NOVAS
Quem vos pediu que, debaixo
de livros e cadernos, entre
o pó que se acamou no fundo do saco,
estivesse a caridade, ou mesmo
essa mistura instantânea
de ternura e egoísmo
que, servida fria, haverá de
parecer a adolescência?
Nessa manhã de Maio, às oito
e trinta, o estrugido das cigarras
está em ebulição perfeita.
Cantam todo o Verão e morrem
imprevidentes, segundo
o fabulista. Um camião
azul, que passou na rua,
intimidou as mais próximas,
um pombo julga-se solista.
De quem a culpa que observações
espúrias não possam ser um hino.
Do camião azul? Do que vos espera?
Quem vos pediu que, debaixo
de livros e cadernos, entre
o pó que se acamou no fundo do saco,
estivesse a caridade, ou mesmo
essa mistura instantânea
de ternura e egoísmo
que, servida fria, haverá de
parecer a adolescência?
Nessa manhã de Maio, às oito
e trinta, o estrugido das cigarras
está em ebulição perfeita.
Cantam todo o Verão e morrem
imprevidentes, segundo
o fabulista. Um camião
azul, que passou na rua,
intimidou as mais próximas,
um pombo julga-se solista.
De quem a culpa que observações
espúrias não possam ser um hino.
Do camião azul? Do que vos espera?
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