José Mário Silva
SÍSIFO, CINCO DA TARDE
Outra vez a cidade, outra vez dez toneladas
de lixo lá atrás, para descarregar junto
ao rio. O camião é um monstro lento a sair de
uma nuvem de pó. Sísifo está cansado, tem
os olhos a arder, os braços exaustos, as mãos
moldadas à forma do volante. Antes que o dia
acabe, há ainda muito entulho a transportar,
uma pilha a diminuir para que outra cresça.
Sísifo anda nesta vida desde que se lembra
e já conta os dias que faltam para a reforma.
Outra vez a cidade, outra vez dez toneladas
de lixo lá atrás, para descarregar junto
ao rio. O camião é um monstro lento a sair de
uma nuvem de pó. Sísifo está cansado, tem
os olhos a arder, os braços exaustos, as mãos
moldadas à forma do volante. Antes que o dia
acabe, há ainda muito entulho a transportar,
uma pilha a diminuir para que outra cresça.
Sísifo anda nesta vida desde que se lembra
e já conta os dias que faltam para a reforma.
3 Comments:
Obrigado.
;)
Não. Obrigado eu. O leitor é que tem que agradecer.
É um bom livro, José Mário, e uma boa lembrança, José Miguel.
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