Gerrit Kouwenaar
TEM AINDA UMA PESSOA
Tem ainda uma pessoa de contar os seus verões, de lavrar
ainda a sua sentença, tem de nevar-se ainda o próprio Inverno
tem ainda de fazer compras antes que a escuridão
pergunte o caminho, velas pretas para usar na cave
tem de infundir coragem aos filhos, tomar a medida
às filhas para um arnês, ensinar a água gelada a ferver
tem ainda de apontar ao fotógrafo o charco de sangue
desabituar-se da casa, mudar a fita à máquina de escrever
tem ainda de abrir a cova para uma borboleta
de trocar o instante pelo relógio do pai.
(Tradução de Fernando Venâncio)
Tem ainda uma pessoa de contar os seus verões, de lavrar
ainda a sua sentença, tem de nevar-se ainda o próprio Inverno
tem ainda de fazer compras antes que a escuridão
pergunte o caminho, velas pretas para usar na cave
tem de infundir coragem aos filhos, tomar a medida
às filhas para um arnês, ensinar a água gelada a ferver
tem ainda de apontar ao fotógrafo o charco de sangue
desabituar-se da casa, mudar a fita à máquina de escrever
tem ainda de abrir a cova para uma borboleta
de trocar o instante pelo relógio do pai.
(Tradução de Fernando Venâncio)
2 Comments:
eu gostei tanto deste poema que nem sei.
é muito bonito, é.
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