António Franco Alexandre
16
dá-me a alegria, a sem razão nenhuma que se veja,
dou-te alegria, a sem caminhos na clareira,
a de nenhum sinal em terra nua.
dá-me a tristeza, a toda certa sem fronteiras.
dou-te tristeza, a cinza em cinza devastada,
a oiro no silêncio debruada.
por águas me verti, por rios, sementes.
de terra me vestas, a sombra do dia,
ficas no escuro, nos ramos nos frutos,
embrulho novelo a desajeito.
a porta quase aberta diz que me recebes,
quase fechada diz que me visitas.
assim te visite, assim te receba.
nenhuma palavra que o gesto não faça.
de águas me vista, em terra me vertas.
no corpo das flechas o sítio, nos rios.
dá-me a alegria, a sem razão nenhuma que se veja,
dou-te alegria, a sem caminhos na clareira,
a de nenhum sinal em terra nua.
dá-me a tristeza, a toda certa sem fronteiras.
dou-te tristeza, a cinza em cinza devastada,
a oiro no silêncio debruada.
por águas me verti, por rios, sementes.
de terra me vestas, a sombra do dia,
o sítio das flechas no corpo, na árvore.
no sossego das chuvas me reparto.ficas no escuro, nos ramos nos frutos,
embrulho novelo a desajeito.
a porta quase aberta diz que me recebes,
quase fechada diz que me visitas.
assim te visite, assim te receba.
nenhuma palavra que o gesto não faça.
de águas me vista, em terra me vertas.
no corpo das flechas o sítio, nos rios.
8 Comments:
Não quero ser chato e inconveniente, mas «As Moradas», se bem sei, não é um dos três primeiros livros de António Franco Alexandre. É, na minha modesta opinião, um excelente livro. Mas quando apareceu, em 1987, já António Franco Alexandre tinha publicado uma boa meia dúzia de livros. Lembro-o, por causa disto: «Sophia, Ramos Rosa, Franco Alexandre, J. Agostinho Baptista… são preferências suas, Henrique, e não tem mal nenhum; só que esses nomes não coincidem com aqueles que eu valorizo; é só isso. Do F. Alexandre gosto muito dos três primeiros livros e de mais nada.» Ainda bem que este «mais nada» mereceu uma excelente excepção. :)
O que eu queria dizer era: os quatro primeiros livros de A. F. A - Sem palavras nem coisas, objectos principais, a pequena face e as moradas. (Sei que ele tinha publicado outras breves coisas para além destas quatro, mas como eu nunca as vi (a nao ser quando ele as incluiu no volume de "Poemas" da Assírio) para mim era como se não existissem...
pois. também não fazia o jms apreciador da poesia de António Franco Alexandre.
Olha lá, pá, o teu patrono vai ficar chateado contigo
Enganaste-te na porta, ó palerma. Procura nas Páginas Amarelas: Vacina contra a Raiva.
Boa, jms! Estes gajos continuam a focinhar na ideia que quem escolhe um caminho fê-lo a segurar na tripa dum guru! Não se enxergam! São os primeiros graxas na próxima oportunidade!
Como dói a inveja neste país! Que peçam meças contigo nos livros que escrevem! Que falta de paciência!
Já agora, o Manuel antónio pina, dos poucos a denunciar o proselitismo miserável, é também um palerma? Essa da raiva! Diz-me lá o número da porta.
Que giros que eles estão: perfilados, à espera dos inimigos, dos prosélitos,não certamente da Poesia!
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