terça-feira, outubro 31, 2006

Modesta Proposta

Um partido socialista que governa sistematicamente contra o social não deveria encarar, com serenidade mas também firmeza, a hipótese de mudar de nome, a bem da coerência? Deveria, certamente. E haveria designação mais perfeita para o new entertainment político deste PS do que a de Partido Socialite? Talvez não, talvez não. A não ser . . . quem sabe? . . . a de Partido Sociopata. Huuumm, agora fiquei indeciso. Socialite, sociopata? Sociopata tem a vantagem de poder prestar-se a trocadilhos acintosos, ainda que óbvios; mas socialite tem mais prestígio e adequa-se lindamente à fitness policy do engenheiro Sócrates. Não sei, não sei. Vocês, que acham?

Beautiful People # 3




















Robert Mitchum, Charles Laughton

Beautiful People # 2















Buster Keaton, Jacques Tati, Harold Lloyd

segunda-feira, outubro 30, 2006

De onde menos haveria a esperar - uma luz de sensatez.

"Alunos manifestam-se em Vila do Conde contra aulas de substituição"
Público, 30.10.2006

Haverá, em toda a história da pedagogia nacional (se é que isso existe) medida mais cretina e demagógica do que a de roubar às crianças uma das poucas alegrias que as escola lhes proporcionava, o venturoso "- Feriadooooo!!" que atroava pelos corrredores das escolas sempre que um professor faltava?
Pior do que essa, só talvez a estúpida ideia das aulas de 90 minutos.

Antigamente (ou pelo menos: idealmente) a escola era concebida em função dos alunos; mais tarde passou a ser concebida em função dos interesses dos professores, actualmente é concebida em função da disponibilidade dos pais. Hoje as crianças têm aulas das 8 às 18, ou pouco menos, para que os pais possam entregar-se de alma e coração aos seus empregos mortificantes e às suas trips de monóxido de carbono nas horas de ponta, sem terem que se preocupar com a sua canalha.
Brutalizadas por ministérios infectados de hipocrisia e cretinismo, por pais egoístas e paranóicos com a segurança, por professores frustrados ou incompetentes - que pena me fazem as crianças de hoje em dia, aprisionadas de corpo e alma pelo seu estatuto de não-pessoas, de incómodos objectos sem vida nem direitos, que é necessário "arrumar" seja como for nesses sórdidos albergues tutoriais a que chamam escolas, sob o pretexto de uma mentira a que chamam "educação", pobres, pobres crianças.

Ya todo se compreende

42% dos leitores do Público “Concordam com uma eventual união entre Portugal e Espanha”. Já sabíamos que uma das coisas que melhor define um português é a sua vergonha de ser português, mas estes resultados não deixam de ser espantosos.
E talvez o problema de Portugal resida precisamente nisso, no facto de os portugueses não desejarem ser portugueses, desejarem ser outra coisa qualquer. Quem não quer ser aquilo que pode ser, está condenado à imitação do ser dos outros, ou à inveja do ser dos outros; resta-lhe, enfim, ser menos do que podia ser. E é isso que Portugal tem sido desde há muito, algo menos do que podia. A proverbial timidez dos portugueses é a insegurança de quem nunca se soube aceitar, de quem sempre desejou ser outro. Não gostamos de nós, somos como aqueles adolescentes Kurtcobaineanos que "se odeiam e querem morrer".

E somos pior do que isso, somos aqueles que estão sempre à espera de ser salvos por algo ou alguém exterior a si; sempre à espera de providenciais golpes da fortuna, de qualquer lance de eléctrica sorte que infunda uma nova centelha de vida nas nossas almas apagaditas. Não admira que sejamos os melhores clientes do TotoMilhões. Somos tristes e patéticos.

Com tanto desamor por si próprios, não admira, também, que o pior défice nacional seja o de cidadania: os portugueses não se sentem ligados a isto, não nutrem qualquer sentimento de comunidade, não sentem que Portugal é eles próprios. E por isso fogem alegremente aos impostos, cagam tudo à sua volta, cospem para o chão o lixo que trazem dentro, não se doem do património deteriorado, da paisagem vandalizada pelos construtores civis, das florestas em chamas, da desertificação do interior. Na verdade, parecem tomados de uma pulsão suicida. Basta ver como a sua frustração quotidiana encontra ao volante o único escape consentido: se os portugueses aceleram insultos por essas estradas fora, é para pouparem dinheiro em psicoterapeutas. O seu desejo mais veemente é o de destruir a pátria onde se sentem mal.

Mas a culpa não é inteiramente sua; pois quem pode amar uma pátria onde, tradicionalmente, as oportunidades só existem para os “cunhados”; uma pátria incapaz de proporcionar a grande parte dos seus cidadãos condições de vida dignas, condenando-os à emigração; uma pátria onde a justiça está bloqueada; onde a liberdade sempre foi a liberdade de se conformar com o status quo ; onde as elites são do mais chulo que existe; uma pátria onde a classe política exibe uma estupidez, incompetência e corrupção endémicas; uma pátria onde etc., etc. etc.?

sábado, outubro 28, 2006

Beautiful People # 1


















Anton Tchekov

sexta-feira, outubro 27, 2006

O Domínio do Incaracterístico

"A casta que, entre o Incaracterístico, domina o segredo dos rumos e das trocas mercantis, confia no medo histriónico da casta executiva, e esta no medo néscio e mimético da casta subalterna. Por isso, o Incaracterístico-detentor-do-poder age sem se expor, manipula os que supõem deter o poder político e se pavoneiam nas arenas próprias, e estes manipulam os burocratas e a "opinião pública", resultando enfim a plena circularidade da mentira, do mal-entendido e da intimidação, garantes da "liberdade" vigente na Idade Absurda. E como o bem supremo é ali o dinheiro, é sobre ele - não mais sobre o suplício - que a intimidação repousa. "

"A angústia e a agonia, os gritos abafados e sem eco dos torturados entregues à crueldade dos esbirros de um qualquer dos tiranos periféricos, não tendo valor de mercadoria, não têm significado para o Incaracterístico: a menos que possam tornar-se notícia transaccionável, que adquiram preço; ou sirvam de moeda de troca para que o tirano, advertido diplomaticamente, seja levado a negociar em condições mais favoráveis o preço do petróleo ou a compra de armas novas. "

"A sistemática e premeditada anulação da biosfera conduzida pelo Incaracterístico no decurso dos últimos decénios - deflorestação, chuvas ácidas, acumulação de subprodutos tóxicos, derrame de desfoliantes, caça e pesca em escala industrial nos oceanos e continentes - serve o projecto titânico da construção da Tanatosfera, essa camada planetária sem vida, onde se movem "robots" sobre extensões vazias e o Incaracterístico celebra a grande orgia de ruído e destruição. "

"As guerras movidas pela Absurdidade, de preferência longe dos seus territórios nucleares, friamente calculadas em termos de execução e consequências, são aferidores dos preços do urânio, do cobalto ou do petróleo; gizadas como meio de activar ou desactivar mercados, alterar o valor de moedas, modificar balanças e balanços de pagamento entre estados, animar ou desanimar movimentos centrífugos e centrípetos de mercadoria, não contemplam quaisquer valores humanos (excepto os que directa ou indirectamente se prendem às circunstâncias produtivas ou de consumação do consumo), mas tão-só ao mapa dos valores de troca. "

António Vieira, Ensaio sobre o Termo da História, 1994

Grandes Momentos da Cultura Portuguesa # 3



A arquitectura
portuense



















As ruas de
Guimarães




































A arquitectura
popular
(Talasnal, Lousã)

Idiotas, idiotas, idiotas

Michel Onfray sobre o trabalho e a liberdade liberal

"Mais uma vez, recordemo-nos da etimologia que faz derivar a trabalho do tripalium, esse instrumento de tortura, que por si só, diz quanto baste sobre aquilo que se deveria pensar acerca de qualquer actividade laboral assalariada, caso não estivéssemos submetidos, de pés e mãos atadas, às epistemes que derivam do ódio pelo corpo e que rejubilam com todas as actividades que permitem a castração, a contenção, a retenção, a suspeita em relação à carne, aos desejos e aos prazeres. A religião do trabalho fez do desempregado um mártir, e o fervor que ela exige e os sacrifícios que quer transformaram os que procuram emprego em pecadores e penitentes que podem obter [...] a salvação na medida em que terão merecido e obtido uma redenção à custa da impassibilidade e da submissão às necessidades [...] de um mercado que faz reinar o seu terror pela penúria organizada do trabalho, em vez de proceder a uma partilha, tanto mais que uma outra distribuição diminuiria as penas colectivas dos que sofrem de trabalho a amais dos que penam por não tê-lo.
Utopia, dirão alguns, cujos antepassados vociferavam as mesmas invectivas há dois séculos, enqanto outros falavam de suprimir o colonialismo, a serventia, a escravatura ou o trabalho infantil. Com os seus gritos de águias-marinhas que profetizavam o fim da economia, a regressão secular, a catástrofe monetária, o desmoronamento dos mercados, eles nunca deixaram de ser desmentidos pelos factos históricos, mas nem por isso deixam de persistir no catastrofismo, logo que se farta de justificar o estado de coisas e de legitimar o mundo tal como ele está."

[...]

"Os auxiliares do sistema que vendem a ideologia liberal pretendem que ela é a única disponível no mercado intelectual. A liberdade [tal como eles a defendem é a] liberdade para consumir, possuir, dispor de bens materiais, móveis e imóveis; liberdade de se encaixar no modelo do consumidor, gabado pelos sistemas publicitários e promocionais; liberdade para comprar uma conduta, valores, uma maneira de aparecer perante os outros, tudo proposto, chaves na mão, pela ideologia dominante. [...] A liberdade reduz-se à possibilidade de se increver numa lógica mimética, de participar na corrida na qual todos procuram alcançar os graus superiores da escala social, proposta na forma de modelo único pelo mundo mercantil Liberdade de ter, liberdade liberal, contra a liberdade de ser, liberdade libertária."

In A Política do Rebelde, Tradução de Carlos Oliveira

quinta-feira, outubro 26, 2006

Grandes Momentos da Cultura Portuguesa # 2


Alpondras
em Gouveia















Socalcos no Distrito
de Coimbra












Muro
no Faial

Sei lá. Porque um consola e o outro desconsola?

Oh, morte, vem depressa!

Seria cómico, se não fosse trágico e insultuoso, que a libertária proclamação do direito ao lazer, ao prazer, à preguiça (ah, soixante-huitardes, ah!) tenha hoje que ser substituída pela do direito ao trabalho. Se isto não é um retrocesso civilizacional, o que é um retrocesso civilizacional?

quarta-feira, outubro 25, 2006

Grandes Momentos da Cultura Portuguesa # 1


Soajo


















Marvão


















Monsaraz












terça-feira, outubro 24, 2006

Mark Tansey














"The Innocent Eye Test", Oil on Canvas, 1982




















"The Key", oil on canvas, 1984




















"Doubting Thomas", oil on canvas

Diane Arbus





















sexta-feira, outubro 20, 2006

Alberto Giacometti

quinta-feira, outubro 19, 2006

Grandes Manchetes de Amanhã # 6 (2051)

BRASIL ABANDONA CPLP

"Era um absurd permaner dentro no sei duma institushan ná quau a língoa brazileira si nau refletji mai," afirmou o Ministro da Cultura brasileiro, George T. Albukirk.

Grandes Manchetes de Amanhã # 5 (2019)

DOIS JOVENS APANHADOS COM 50 GRAMAS DE TABACO
Era para consumo próprio, afirmaram os meliantes.

Grandes Manchetes de Amanhã # 4 (2014)

CHAMPANHE E MUITO GLAMOUR NA INAUGURAÇÃO
DO NOVO COMPLEXO TURÍSTICO DAS BERLENGAS

Grandes Manchetes de Amanhã # 3 (2029)

FATIA DE LEÃO PARA O MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA


Feitas as contas e aprovado o Orçamento Geral do Estado para o próximo ano, o Ministério da Administração Interna receberá o maior quinhão (41% das verbas), seguido pelo Ministério da Defesa (23%) e o do Desporto e Espectáculos Radicais (13%).

Grandes Manchetes de Amanhã # 2 (2037)

APROVADO PROJECTO DE REFORMA DAS DIVISÕES ADMINISTRATIVAS

O maior projecto de reforma administrativa dos últimos cem anos foi hoje aprovado na A. R. São a partir de hoje extintos os antigos Distritos de Portalegre, Beja, Évora, Castelo Branco, Guarda, Bragança, Viseu, Vila Real e Viana do Castelo; uma medida que há muito se justificava dadas a actual distribuição demográfica dentro do território nacional. As novas vilas de Beja e Évora (com 2635 e 4882 habitantes, respectivamente) passam a ser integradas no distrito de Setúbal; as de Castelo Branco (1431 h.), Guarda (3592 hab.) e Portalegre (712 h.) passam para os distritos, respectivamente, de Coimbra, Aveiro e Leiria ; Vila Real (5011 h.) integrará o distrito do Porto; a aldeia de Bragança (396 h.) e Viana do Castelo (9864 h.) o de Braga; e a vila de Viseu (4291) o de Aveiro. Ficam pois reduzidos a nove os Distritos portugueses: Faro, Setúbal, Lisboa, Coimbra, Santarém, Leiria, Aveiro, Porto e Braga.
De acordo com o último censo demográfico, só 12 % dos portugueses vivem a mais de 50 km do mar, e pode bem dizer-se que o território português está cada vez mais dividido entre "50 km de Portugal e 100 de Eucaliptal", para citar o humorista Diogo Monteiro, neto do antigo Primeiro-ministro Manuel Monteiro.

Grandes Manchetes de Amanhã # 1 (2009)

CLIFF RICHARD NA INAUGURAÇÃO DO CASINO RIVOLI

terça-feira, outubro 17, 2006

Eric Fischl

















Bathroom Scene # 4, 1995




Bad Boy, 1984

segunda-feira, outubro 16, 2006

José Luis García Martin

POÉTICA PARA DESANIMAR OS LEITORES

Não digo nada que não tenha sido dito.
Não procures novidades no meu verso.
Amei sem ser amado, como tantos.
Fui jovem, como todos, sem sabê-lo.
Pedi à arte coisas que esqueci.
Apenas sei que de nada me serviram.
Tive um tesouro nas mãos, tive
ouro e areia, luz e desconsolo.
Não procures novidades. O que digo
já tu o pensaste e outros o disseram
com palavras mais belas do que as minhas.
Apenas escrevo para matar o tempo.


(Tradução de Joaquim Manuel Magalhães)

quinta-feira, outubro 12, 2006

Robert Antelme

"Lá longe, a vida não se manifesta como uma luta constante contra a morte. Cada um trabalha e come, sabendo-se mortal, mas o pedaço de pão não é o que de imediato faz recuar a morte e a mantém à distância; o tempo não é exclusivamente o que aproxima a morte, ele transporta as obras dos homens. A morte é fatal, aceite, mas cada um actua apesar dela.
Aqui, pelo contrário, nós estamos todos para morrer. É o objectivo que os SS escolheram para nós. Não nos fuzilaram nem nos enforcaram, mas cada um de nós, racionalmente privado de comida, deve tornar-se no morto previsto, num espaço de tempo variável. O único fim de cada um de nós é por isso tentar não morrer. O pão que comemos é bom porque temos fome, mas para além de acalmar a fome, sabemos e sentimos também que através dele a vida se defende no interior do corpo. O frio é doloroso, mas os SS querem a nossa morte pelo frio, é preciso protegermo-nos dele, porque é a morte que está no frio. O trabalho não tem sentido – para nós é absurdo – mas desgasta, e os SS querem a nossa morte pelo trabalho, por isso também temos de nos poupar no trabalho, pois a morte está nele. E também há o tempo: os SS pensam que à força de não comermos e de trabalharmos, acabaremos por morrer; os SS pensam que nos vencerão pela fadiga, o mesmo é dizer, pelo tempo, a morte está no tempo."

[…]

"Bortlick também galhofa com um outro Meister. Por isso, toda a gente pode galhofar. Mas se eu me aproximo para levar a peça, ele deixa de rir, e se é ele que vem ter connosco, nós também paramos de rir. Podemos rir ao mesmo tempo, mas não juntos. Rir com ele seria admitir que alguma coisa entre nós podia ser objecto de uma igual compreensão, assumir o mesmo sentido. Mas a vida deles e a nossa assumem um sentido exactamente oposto. Quando nos rimos, é daquilo que os faz empalidecer. Quando eles se riem, é do que nós odiamos."

[…]

"O lavrador romeno que se tinha alistado nas Waffen SS […] estava a um canto da sala e salteava batatas em margarina. Sentara-se num banco e sorria, com o mesmo sorriso de quando se preparava para denunciar os companheiros que haviam roubado batatas do silo e as coziam na salamandra. Observava a cena. Agora que se tinha passado para os SS, ainda admirava mais a força de Fritz e do polizei. Tinha abandonado definitivamente o lado dos tipos que eram desprezíveis ao ponto de se fazerem espancar daquela maneira. Estava contente com a sua escolha. Já não tinha de incorrer na desconfiança dos chefes. Estava do lado do bem. A pancada que os tipos apanhavam reforçava definitivamente essa consciência de estar o lado do bem. Não é possível apanhar pancada e ter razão, estar sujo, comer cascas e ter razão. "

A Espécie Humana, Tradução de Clara Alvarez (ligeiramente corrigida por JMS)

Primo Levi

"Todos descobrem, mais tarde ou mais cedo na vida, que a felicidade perfeita não é realizável, mas poucos se detêm a pensar na consideração oposta: que também uma infelicidade perfeita é, igualmente, não realizável. Os momentos que se opõem à realização de ambos os estados-limite são da mesma natureza: derivam da nossa condição humana, que é inimiga de tudo o que é infinito. Opõe-se lhe o nosso sempre insuficiente conhecimento do futuro; a isto se chama, num caso, esperança; no outro, incerteza do amanhã. Opõe-se lhe a certeza da morte, que impõe um limite a qualquer alegria, mas também a qualquer dor. Opõem-se-lhe as inevitáveis preocupações materiais que, assim como poluem qualquer felicidade duradoura, também distraem assiduamente a nossa atenção da desgraça que paira sobre nós, tornando fragmentária e, por isso mesmo, suportável, a consciência dela."
[…]
"Então pela primeira vez nos apercebemos que a nossa língua carece de palavras para exprimir esta ofensa, a destruição de um homem. Num ápice, com uma intuição quase profética, a realidade revelou-se-nos: chegamos ao fundo. Mais para baixo do que isto não se pode ir: não há nem se pode imaginar condição humana mais miserável. Já nada nos pertence: tiraram-nos a roupa, os sapatos, até os cabelos; se falarmos, não nos escutarão, e se nos escutassem, não nos perceberiam. Tirar-nos-ão também o nome: se quisermos conservá-lo, teremos de encontrar dentro de nós a força para o fazer, fazer com que, por trás do nome, algo de nós, de nós tal como éramos, ainda sobreviva."
[…]
"Na história e na vida parece às vezes vislumbrar-se uma lei feroz segundo a qual “dar-se-á a quem tiver, tirar-se-á a quem não tiver”. No Lager, onde o homem está só e a luta pela vida se reduz ao seu mecanismo primordial, a lei iníqua está abertamente em vigor, é reconhecida por todos. Com os aptos, com os indivíduos fortes e astutos, os próprios chefes gostam de manter contactos, que chegam a ser quase de camaradagem, pois esperam poder tirar, talvez mais tarde, algum proveito. Mas aos “muçulmanos”, aos homens em fase de degradação, não vale a pena dirigir a palavra, pois já se sabe que começariam a queixar-se e a contar o que costumavam comer em casa."
[..]
"Quem não sabe tornar-se um Organisator, Kombinator, Proeminent (feroz eloquência das palavras!) acaba por se tornar dentro em pouco num “muçulmano”. Uma terceira via existe na vida, onde aliás é a norma; não existe no campo de concentração."
[…]
"Eles são o produto típico da estrutura do Lager alemão: ofereça-se a alguns indivíduos em estado de escravidão uma posição privilegiada, um certo bem-estar e uma boa probabilidade de sobreviver, exigindo em troca a traição da solidariedade natural para com os seus companheiros, e certamente haverá quem aceite. Este será subtraído à lei comum e tornar-se-á intangível; será por isso tanto mais odioso e odiado quanto mais poder lhe for atribuído. Se lhe confiarem o comando de um manípulo de desgraçados, com direito de vida ou morte sobre eles, será cruel e tirânico, porque perceberá que, se não o for suficientemente, outro, considerado mais apto, tomará o seu lugar."


Se Isto é um Homem, Tradução de Simonetta cabrita Neto

650 mil mortos no Iraque, até agora.

E se é verdade que ninguém pode afirmar que o mundo esteja hoje mais seguro, pelo menos os nossos rapazes têm-se divertido por lá, no seu grand tour civilizacional. A ver pelo modo como fotografam e comentam as belezas do Iraque, tudo indica que voltarão de lá uns homenzinhos muito sábios e bem formados. Ditosa pátria que tais filhos tem.


(Encontrado via Dragoscópio)

quarta-feira, outubro 11, 2006

Gosto de Ti Quando Estás Só #4














Pavel Olejniczack, Varsóvia

Ben Shahn




















Sacco and Vanzetti, 1932

















Unemployed, 1938

















Vacant Lot, 1939

segunda-feira, outubro 09, 2006

CNN WORLD




















Aleksandr Lektionov, A Letter from the Front, 1941

Leon Golub













White Squad III, 1982





Interrogation II, 1981

Do incêndio do Reichstag ao 11 de Setembro

"Segundo o famoso historiador William Shirer e muitos outros , está estabelecido "para além de qualquer dúvida razoável" que em 27 de Fevereiro de 1933 infiltrou-se no edifício do Reichstag (o parlamento alemão) uma equipa de comandos de Hitler que utilizou combustíveis líquidos para provocar rapidamente um imenso braseiro. Antes de o incêndio estar apagado, Hitler declarou que aquele horror devia ter sido da responsabilidade dos comunistas. Segundo parece, o público alemão acreditou de forma geral que Hitler estava a dizer a verdade; foi aprovada a Lei de Autoridade que deu a Hitler poderes de ditador – e nas eleições gerais alguns dias depois, os nacionais-socialistas cimentaram a sua influência no governo alemão. Os líderes comunistas foram julgados, acusados de participarem numa vasta conspiração para destruir o Reichstag – e, por acréscimo, o próprio povo alemão. Por fim, começou um massacre dos comunistas – que culminou anos depois, na Segunda Guerra Mundial, na guerra da Alemanha contra a União Soviética que matou dez milhões de pessoas ou mais.
[...]
Já passaram mais de setenta anos desde o incêndio do Reichstag, e por isso temos o benefício de uma certa perspectiva histórica. Só passaram pouco mais de dois anos [1] desde o 11 de Setembro, e por isso ainda estamos a acumular parte dessa mesma noção de perspectiva. Apesar disso, podemos ver hoje claramente que a guerra foi desencadeada, primeiro no Afeganistão e depois no Iraque, e que foram os ataques de 11/Set que lhe serviram de justificação. Em 4 de Novembro de 2003, ao falar das últimas baixas americanas no Iraque, o presidente Bush afirmou : "Estamos em guerra, e é essencial que o povo americano não se esqueça das lições de 11 de Setembro de 2001". Isto, apesar do facto de não ter aparecido nenhuma prova crível que ligue o 11/Set ao Iraque. Portanto, encontramos aqui a primeira analogia com o Incêndio do Reichstag: uma campanha para transformar em bode expiatório uma população inteira (neste caso, os islamitas do Médio Oriente) por conta das acções de alguns e, em conjunto com isso, uma agressiva campanha de guerra. Outro paralelo evidente é que houve um encobrimento ou pelo menos uma notável falta de interesse das autoridades e dos media predominantes no acompanhamento das anomalias do 11/Set.

Reparem, por exemplo, no insider trading [2] que foi investigado por Mike Ruppert, Tom Flocco e Kyle Hence. Obviamente, se quiséssemos saber quem foram os verdadeiros responsáveis pelos ataques de 11/Set, seria útil saber quem conseguiu ter conhecimento deles com antecedência. No entanto, como Rupert faz notar no seu s&íacute; web :
Para citar o 60 Minutes de 19 de Setembro, "Algumas fontes dizem à CBS News que na noite anterior ao ataque, soaram campainhas de alarme por negócios fora do vulgar no mercado de acções americano". É difícil de acreditar que não repararam:
que as vendas de acções da UAL deram um salto de 90 vezes (não de 90 por cento) acima do normal entre 6 e 10 de Setembro, e foram 285 vezes mais altas do que a média na quinta-feira anterior ao ataque. [ CBS News, 26/Set).
que as vendas de acções das American Airlines deram um salto de 60 vezes (não de 60 por cento) acima do normal no dia anterior aos ataques. [ CBS News, 26/Set).
que não ocorreram negócios semelhantes em mais nenhuma companhia de aviação
. [ Bloomberg Business Report, o Instituto para o Contraterrorismo (ICT), Herzliyya, Israel citando dados da CBO].

Quanto dinheiro esteve envolvido? Andreas von Bulow, antigo membro do Parlamento alemão responsável pela supervisão dos serviços de informações da Alemanha calculou o montante mundial em 15 mil milhões de dólares, segundo a Tagesspiegel de 13 de Janeiro. Outros especialistas calcularam a quantia em 12 mil milhões...

Nem uma única organização de investigações americana ou estrangeira anunciou quaisquer detenções ou desenvolvimento na investigação destes negócios, que provam à saturação o conhecimento antecipado dos ataques. Isto, apesar de o antigo chefe da aplicação da Comissão de Câmbio e Segurança, William McLucas, ter dito à Bloomberg News que os reguladores "certamente conseguiriam localizar todos os negócios".

[...]

Mas, para além do encobrimento e da utilização política e uso indevido do 11/Set, que provas é que temos de uma verdadeira cumplicidade do governo americano? Como escreveu o colunista da internet David McGowan :
comecemos com o que é talvez a única prova incontroversa, no caso a nossa própria observação, enquanto testemunhas, do que naquele dia se passou em directo na televisão. Dezenas de milhões de pessoas em todo o país testemunharam o que aconteceu, e ficaram com as imagens daquele dia gravadas na memória. Mas o que queremos focar aqui é aquilo que não vimos acontecer naquele dia, porque algumas das evidências mais convincentes residem, de forma bastante estranha, naquilo que ninguém viu acontecer naquele dia. Por exemplo, ninguém viu serem tomadas quaisquer medidas de defesa durante todo o tempo que durou aquele longo espectáculo. Absolutamente nenhumas. Ninguém viu quaisquer jactos no ar para interceptar qualquer dos aviões desviados, embora se conhecesse a sua localização e rotas e tivesse havido mais que tempo para uma reacção militar. Ninguém viu quaisquer jactos no ar para garantir a defesa do espaço aéreo sobre Washington, embora se soubesse que alguns dos aviões desviados se dirigissem naquela direcção, e houvesse interceptadores sentados na pista de descolagem a alguns minutos apenas desses prováveis alvos. E, de forma muito estranha, ninguém viu ou ouviu nenhum pedido dos responsáveis da televisão para uma resposta de qualquer das forças militares, nem nenhuma interrogação sobre porque é que tal resposta ainda não se tinha concretizado. Nada depois do embate na primeira torre do WTC. Nada depois do embate na segunda torre do WTC. Nada durante o longo intervalo angustiante antes de ser atingido o Pentágono. Nem sequer depois do embate contra o Pentágono. Ficámos todos na situação de continuarmos sentados cheios de medo e de assistirmos indefesos enquanto o ataque continuava e o número de mortos aumentava, encorajados a sentirmo-nos impotentes, não só como indivíduos, mas como nação – como se não tivéssemos outra opção senão participar apenas como espectadores passivos, a observar estupefactos a carnificina que se desenrolava.

No entanto, é precisamente na estranha falta de reacção dos militares americanos em 11/Set , que temos a nossa primeira prova da verdadeira cumplicidade do governo americano. Porque como é que os terroristas podiam levar ao fracasso da reacção ao ataque ao Pentágono? Como Bykov & Israel fizeram notar no seu revolucionário artigo "Guilty for 9-11 Bush, Rumsfeld, Meyer" (A Culpa do 11/Set é de Bush, Rumsfeld e Meyer):
Parte do que aconteceu em 11/Set, tal como aviões a embater em edifícios, é fora do vulgar. Mas a
maior parte do que aconteceu, tal como jactos comerciais a desviarem-se das suas rotas,
falhas nas transmissões e possíveis desvios de aviões, são emergências do dia-a-dia... estas
emergências são tratadas de forma rotineira com a eficácia de especialistas baseada em regras claras.
Bykov & Israel continuam argumentando de forma convincente que, dada a natureza hierárquica e dividida da cadeia de comando das forças militares americanas, é impossível que estes procedimentos tivessem falhado tão espectacularmente a não ser que houvesse ordens explícitas, vindas directamente do topo , anulando procedimentos de reacções standard.

O incêndio do Reichstag dá-nos mais uma pista para percebermos como a compreensão dos acontecimentos de 11/Set apontam muito cuidadosamente para o alegado perpetrador do crime. Que tipo de bode expiatório foi atirado para a frente como responsável pelo desastre? Tal como no caso do Incêndio do Reichstag, houve uma precipitação no julgamento feito pelo governo americano e pelos media após a catástrofe: foi imediatamente anunciado que Osama bin Laden e a Al-Qaida eram a única organização com capacidade e hostilidade para uma coisa daquelas. Em poucos dias foram publicados os nomes e as fotos dos alegados terroristas, e afirmou-se que as provas que os relacionavam com a Al-Qaida estavam fora de discussão. No entanto, os detalhes foram aparecendo a custo e lentamente, com ajustes contraditórios e aos soluços. Só agora, dois anos depois, temos uma razoável narrativa completa de fontes oficiais, no que se refere aos alegados mecanismos de organização e actuação dos terroristas. Segundo essa versão, o cérebro Khalid Sheikh Mohammed (sob o olho vigilante de Osama Bin Laden) reuniu uma equipa de terroristas chefiados por Mohammed Atta e Ramzi Binalshibh. Os terroristas foram para os Estados Unidos para aprenderem a pilotar e os fundos foram fornecidos por um financiador chamado Mustafa Ahmad Al-Hiwasi.

Os terroristas, depois de terem sido recrutados para a Al-Qaida, demonstraram o fascinante hábito de realizar reuniões em hotéis elegantes, apenas com alguns dias de intervalo de reuniões contra-terroristas nesses mesmos hotéis, onde estiveram presentes pessoas como os funcionários do FBI Robert Mueller e John O'Neill. Depois dirigiram-se para os EU para aprenderem a pilotar. Ora bem, esses terroristas não eram o tipo de jovens que normalmente conseguissem com facilidade obter vistos para entrar nos EU em condições normais. Desempregados, com instrução incompleta – também sem relações no interior, representam aquele tipo de pessoas (e há milhões ou mesmo milhares de milhões como eles) que não conseguem pura e simplesmente arranjar uma entrada legal nos Estados Unidos. No entanto, apesar das suas ligações bem conhecidas com organizações terroristas nalguns casos, os terroristas vogaram com limpeza por entre o sistema. Alguns dos terroristas aprenderam a pilotar na Florida, onde, segundo o trabalho investigativo do antigo Produtor Executivo da NBC News, Daniel Hopsicker:
os indícios apontam para que a CIA não só tinha conhecimento que milhares de aprendizes de pilotos árabes começavam a invadir os EU para participar em treinos de pilotagem desde 1999, mas na verdade era ela própria quem estava a dirigir essa operação.
Foi montada uma outra célula em San Diego, onde os terroristas Nawaf Alhazmi e Khalid Almihdhar se instalaram em casa do informador do FBI, Abdussattar Shaikh, de que o alegado piloto do voo 77, Hani Hanjour, era visita frequente. Não só é difícil deixar de concluir que os serviços de informações americanos estavam a conspirar passo a passo conjuntamente com os terroristas, mas também é evidente que havia outras importantes organizações de serviços de informações em todo o mundo que conheciam bem os planos para o 11 de Setembro, e que informaram o governo americano , por vezes com grande pormenor, conforme Paul Thompson e Mike Ruppert documentaram.

Há muitas perguntas sem resposta sobre o verdadeiro papel dos terroristas no 11/Set. Como é que os terroristas iludiram a segurança do aeroporto, como é que eles conseguiram embarcar nos aviões sem serem fotografados pelas câmaras de segurança (ou, porque é que essas fotos nunca foram publicadas), como é que foram capazes de fazer voar os aviões com êxito até aos seus destinos apesar de terem tido muito pouco treino directamente relacionado com aviões a jacto Boeing (incluindo as manobras acrobáticas por parte do piloto com menos treino, Hani Hanjour ) e, claro, se eram mesmo eles que estavam nos aviões, todas estas questões se mantêm em aberto e em discussão.

Foram os terroristas do 11/Set os verdadeiros perpetradores dos crimes do 11/Set (independentemente de como poderão ter sido ajudados no seu objectivo destrutivo pelo governo americano) ou na verdade não passaram de bodes expiatórios, actores figurantes num drama em que os verdadeiros perpetradores do crime estavam escondidos por detrás dos bastidores? Isso é uma outra longa história, e não tenho hipóteses de entrar nela por agora, mas há um conjunto cada vez maior de indícios judiciais que indicam que os terroristas possivelmente não conseguiriam causar todos os danos que aconteceram em 11 de Setembro. A analogia com o incêndio do Reichstag também pode ser completada com o seguinte: na minha opinião, os comandos da New World Order foram os verdadeiros incendiários do 11/Set, tal como os apaniguados de Hitler foram os responsáveis que atearam o incêndio em 1933. No meu sí web , e no novo site physics911.org , que recomendo vivamente, podem ler mais sobre este assunto. "

Jerry Russel

sábado, outubro 07, 2006

Gosto de Ti Quando Estás Só #3
















Lissete Guerrero, Kelly & Matt

Gosto de Ti Quando Estás Só #2



Olav Murillo. México

Gosto de Ti Quando Estás Só #1
















Zoltan Vancso, Budapeste

sexta-feira, outubro 06, 2006

David Gibson





























quinta-feira, outubro 05, 2006

E AGORA, A PROVA EM COMO É POSSÍVEL ESCREVER
POEMAS SOBRE A FELICIDADE CONJUGAL




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. . . . . . . . . . . . . . . meu amor.

115 Omissões da Comissão de Investigação do 11/9

(Só para "estúpidos", descrentes e paranóicos)

1. L’omission de la preuve qu’au moins six des pirates de l’air présumés (dont Waleed al- Shehri, que la Commission accuse d’avoir poignardé une hôtesse de l’air du vol UA11 avant que celui-ci s’écrase sur la tour Nord du World Trade Center) sont toujours vivants (19-20).
2. L’omission des preuves concernant Mohamed Atta (comme son penchant signalé pour l’alcool, le porc et les danses érotiques privées – lap dances – ) sont en contradiction avec les affirmations de la Commission selon lesquelles il était devenu un fanatique religieux (20-21).
3. La confusion volontairement créée autour des preuves que Hani Hanjour était un pilote trop incompétent pour amener un avion de ligne à s’écraser sur le Pentagone (21-22).
4. L’omission du fait que les listes des passagers (flight manifests) rendues publiques ne contenaient aucun nom d’Arabe (23).
5. L’omission du fait qu’un incendie n’a jamais causé l’effondrement total d’un bâtiment à structure d’acier, ni avant ni après le 11 Septembre (25).
6. L’omission du fait que les incendies des Tours Jumelles n’étaient ni extrêmement étendus, ni particulièrement intenses, ni même très longs en comparaison avec d’autres incendies dans des gratte-ciels (de structures) similaires, qui eux ne se sont jamais écroulés (25-26).
7. L’omission du fait qu’étant donné l’hypothèse que les effondrements aurait été provoqués par l’incendie, la Tour Sud, touchée plus tard que la Tour Nord et en proie à des flammes de moindre intensité, n’aurait pas dû s’effondrer la première (26).
8. L’omission du fait que le bâtiment n°7 du WTC (qui n’a pas été touché par un avion et qui ne fut le théâtre que de petits incendies localisés) s’est aussi écroulé, un événement que l’Agence Fédérale pour le Traitement des Situations d’Urgence (FEMA) a reconnu ne pouvoir expliquer (26).
9. L’omission du fait que l’effondrement des Tours Jumelles (et du bâtiment n°7) présente au moins 10 caractéristiques d’une démolition contrôlée (26-27). 10. L’assertion que le coeur de la structure de chacune des Tours Jumelles était « un puits d’acier vide », une affirmation qui nie la présence de 47 massives colonnes d’acier qui constituaient en réalité le coeur de chaque tour et qui, selon la théorie de « l’empilement des étages » (the « pancake theory ») explicative des effondrements, aurait dû restées dressées vers le ciel sur de nombreuses dizaines de mètres (27-28).
11. L’omission de la déclaration de Larry Silverstein [le propriétaire du WTC] selon laquelle il décida, en accord avec les pompiers, de « démolir » (to « pull », argot technique) le bâtiment n°7 (28).
12. L’omission du fait que l’acier des bâtiments du WTC fut rapidement déblayé de la scène du crime et embarqué sur des navires à destination de l’étranger AVANT qu’il puisse être analysé pour y déceler des traces d’explosifs (30).
13. L’omission du fait que le bâtiment n°7 ayant été évacué avant son effondrement, la raison officielle invoquée pour le déblaiement rapide de l’acier [sur ce site] (que certaines personnes puissent être encore vivantes sous les décombres) ne faisait aucun sens dans ce cas précis (30).
14. L’omission de la déclaration du maire R. Giuliani selon laquelle il avait été prévenu que le WTC allait s’effondrer (30-31).
15. L’omission du fait que Marvin Bush, le frère du Président, et son cousin Wirt Walker III étaient tous les deux directeurs de la société chargée de la sécurité du WTC (31-32).


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